O universalismo em três grandes mensagens: Ramatís, Krishna e Kardec
Ramatís
Universalismo não é a colcha confeccionada com retalhos de todas as religiões e doutrinas, mas o entendimento panorâmico dos costumes, temperamentos e sentimentos religiosos de todos os homens, a convergir para um só objetivo espiritual.
Religião é o processo de religar o espírito do homem à Consciência Cósmica. As cerimônias, os ritos, os símbolos, as distinções hierárquicas que tanto impressionam os sentidos humanos, podem identificar conjuntos de crentes praticando cultos religiosos, mas não provam estar presente o verdadeiro sentido da Religião. A verdadeira religião não possui barreiras, não tem cor local ou limitações doutrinárias. É uma atividade legitimamente espiritual, que universaliza o espírito e sensibiliza o coração através de maior compreensão das Leis da Vida.
O homem revela o seu sentimento religioso de modo autêntico quando, independente de frequentar templos, ama o próximo tanto quanto a si mesmo! Quando o homem transborda de amor pelo próximo, amplia a sua consciência e abrange maior área de Deus.
Deus não olha o caminho, mas o caminhante
Krishna
O Baghavad Gita pode considerar-se a essência mais pura do Hinduismo, chamado de “o evangelho de Krishna”; através deste a palavra da Divindade nos diz:
Eu acolho prazenteiro todos os que me procuram e honram, qualquer que seja o caminho que sigam, porque todos os caminhos, todas as formas religiosas, embora de denominações diferentes, a Mim os conduzem. (Baghavad Gita, IV-11)
Hás de saber entretanto, ó Arjuna, que a verdade, apesar de ser desconhecida pelos fanáticos e intolerantes, é esta: que, ainda que os homens adorem vários deuses e várias imagens, e tenham diferentes concepções da deidade adorada, e até pareçam as suas idéias ser contraditórias entre si, toda a sua fé se inspira em mim (Gita, VII-21)
Mesmo aquele que adora outros deuses, porque não Me conhece, a Mim adora, sem o saber. Se ele assim faz com fé e amor, Eu aceito a sua adoração e o recompenso segundo seu merecimento. (Gita, IX-23)
Quando te tiveres elevado acima da trama das ilusões, não te inquietarás com os cuidados e questões a respeito das doutrinas, nem com as disputas sobre ritos, cerimoniais e outros enfeites dispensáveis da vestimenta da ideia espiritual.
Livre serás, então, de todas as opiniões alheias, tanto das que se acham nos livros sagrados, como as dos teólogos eruditos ou dos que ousam interpretar o que não compreendem; em lugar disso, fixarás a tua mente na mais séria contemplação do Espírito, e assim alcançarás a harmonia com o teu Eu real, que é a base de tudo. (Gita II-52-53)
Unidade
Kardec
Quando as religiões se houverem convencido de que só existe um Deus no Universo, uma única Vontade suprema, estender-se-ão as mãos umas às outras, como servidores de um mesmo Senhor e filhos de um mesmo Pai, e assim, grande passo terão dado para a Unidade.
Dia virá em que todas essas crenças, tão diversas na forma, mas que repousam num princípio fundamental, se fundirão numa grande e vasta unidade, logo que a razão triunfe dos preconceitos.
Allan Kardec – A Gênese
A bandeira da Fraternidade Universal
Allan Kardec
“…respeitar todas as crenças sinceras, por mais irracionais que nos pareçam, e não violentar a consciência de ninguém; (…) eis o credo, a religião do Espiritismo, religião que pode conciliar-se com todos os cultos, isto é, com todas as maneiras de adorar a Deus.
Esse é o laço que deve unir todos os espíritas numa santa comunhão de pensamentos, enquanto se esperar que ligue todos os homens sob a bandeira da fraternidade universal.
(De um discurso proferido em Paris, a 1/11/1868.
Fonte: A Reencarnação, FERGS)