“Quando o espírito não consegue expurgar todo o conteúdo venenoso do seu perispírito (energias deletérias acumuladas pelas atitudes e estados mentais denominados “pecados”) numa só existência física (onde se traduzem em doenças ou deficiências físicas), ele desperta no Além sobrecarregado de magnetismo primário, denso e hostil. Em tal caso, devido à própria “lei dos pesos específicos”, ele cai nas zonas astralinas pantanosas, ou seja, no reservatório oculto das forças instintivas responsáveis pela vida animal.
Depois de atraído para esses pântanos do astral inferior, onde predominam em contínua ebulição as energias primárias criadoras do corpo animal, ele é submetido à terapêutica obrigatória de purgação do lodo absorvente, embora tal processo lhe seja incômodo, doloroso e repugnante. Sob esse tratamento cáustico da lama astralina absorvente, ele se liberta pouco a pouco, das excrescências, nódoas, venenos e das “crostas fluídicas” que nasceram no seu tecido perispiritual por efeito dos seus atos pecaminosos vividos na matéria.
Embora sofra muitíssimo nos charcos astralinos, isso o alivia da carga mefítica acumulada na Terra, assim como o seu psiquismo enfermo, depois de chicoteado pela dor cruciante, desperta e corrige-se para viver existências futuras mais educativas ou menos animalizadas.
Os charcos do astral inferior lembram os recursos de que se servem alguns institutos de beleza da Terra, quando usam a lama terapêutica para limpar a pele e remover certas nódoas ou manchas antiestéticas. Há, também certa analogia desses pântanos astralinos com a natureza absorvente de um tipo de barro e areia terrena, que são usados no processo de imersão dos enfermos para o tratamento do reumatismo. 1
A verdade é que o homem é o autor exclusivo de sua glória ou desdita. As virtudes recomendadas por Jesus dispensam o uso das energias animais adversas e livram o espírito das purgações dolorosas através do corpo de carne ou nos charcos corretivos do além-túmulo.
Ramatís – Mediunidade de Cura – Médium: Hercílio Maes
1 – Ramatís, provavelmente, refere-se às “areias monazíticas” que se acumulam nas orlas marítimas do Espírito Santo e realmente têm curado inúmeras enfermidades de natureza reumática. (N. do Revisor)
AFRAM 